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Dietas restritivas e transtornos alimentares.

É de comum acordo que os padrões atuais de beleza explicam os altos índices de insatisfação corporal e o aumento exacerbado de distúrbios alimentares. Com isso, é muito comum nos depararmos com dietas restritivas que prometem milagres em poucos dias. E aí reside um perigo enorme! As dietas restritivas são grandes causadores de distúrbios alimentares graves.

Mas o que são transtornos alimentares? São doenças psiquiátricas caracterizadas por alterações graves no comportamento alimentar, que afetam o metabolismo, padrões de fome e saciedade e significado do alimento, podendo resultar em graves alterações clínicas e nutricionais.

Quando se reduz de um instante para outros as calorias, e restringem-se os grupos alimentares, ou ainda, quando se faz várias horas de jejum, sem que haja um preparo prévio para tal, pode-se acarretar uma série de efeitos psicológicos negativos, como as perturbações no afeto e na autoestima, na cognição e no comportamento alimentar.

A obesidade representa um grave problema de saúde pública não somente em nosso país, mas em todo mundo. Sua gravidade se dá pela redução da qualidade de vida dos indivíduos obesos, bem como a associação a comorbidades como o diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórios e até mesmo alguns tipos de câncer.

Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) divulgou que 61,7% da população brasileira, acima de 20 anos estava acima do peso, sendo 26,8% obesos (IBGE/2019).

Não há outra forma de iniciar-se o tratamento da obesidade, se não, com a mudança no estilo de vida. E para isso contamos com a reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos. O uso de medicamentos é indicado apenas quando houver falhas nessa mudança ou para pacientes com sobrepeso associado a comorbidades. Quando há falha nesse tratamento clínico, por um período maior que dois anos, há a opção de tratamento cirúrgico, que são reservados a pacientes com obesidade de graus 2 e 3 e comorbidades.

A maioria dos pacientes obesas que buscam tratamento, possuem algum tipo de distúrbio, como depressão, ansiedade ou até mesmo distúrbios alimentares causados por restrições alimentares mal orientadas. Porque, mesmo que a restrição alimentar seja uma importante aliada na perda de peso, quando é aplicada de forma desordenada, há sérios riscos que ela ocasione um transtorno alimentar, como o TCAP.

Precisamos estar cientes de que a melhor opção sempre será o consumo de uma alimentação balanceada, com horários regulares e o consumo de alimentos de todos os tipos, de forma variada e prazerosa, somados a prática de atividade física de acordo com a aptidão de cada um, sem que seja uma obrigação.

Auxiliar no encontro da satisfação corporal é assunto de primeira necessidade, ressaltando para os adolescentes que existem diversos tipos de corpos o que impossibilita a padronização de pesos e tamanhos ou medidas corporais. Se faz necessário, também, educar os adolescentes sobre a mídia, sobre os malefícios e a ineficiência das dietas restritivas presentes em revistas e na internet e sobre a utilização de recursos fotográficos e de imagem, que criam corpos irreais.


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